Análise: Seleção ganha como time, encontra soluções e cria nova referência para Tite
08/07/2019 10:24 em Esporte pelo mundo

O título de um time.

Seria um clichê óbvio se o Brasil não convivesse há anos com a questão da dependência de Neymar. Este texto não tem a menor pretensão de cometer loucuras e afirmar que a Seleção é melhor sem seu melhor jogador, apenas ressalta a beleza de outro tipo de conquista.

Tite tornou-se um dos mais vitoriosos técnicos do país comandando grupos coesos e pouco estelares. O corte do craque lesionado desenhou pela primeira vez esse cenário na Seleção.

Na final contra o Peru, o Brasil foi resultado de construções mais antigas e sólidas, como seu setor defensivo, e outras recentes, formadas até mesmo durante a Copa América. O mais claro exemplo é o bom funcionamento do lado direito depois da entrada de Gabriel Jesus, e seu entendimento com Daniel Alves, eleito com absoluta justiça o melhor jogador do torneio.

Na boa partida de futebol disputada no Maracanã, a Seleção foi mais time do que nunca. Com menos de um minuto, Fernandinho se levantou do banco para reclamar falta em Arthur. Os reservas se irritaram com o árbitro Roberto Tobar, ajudaram Tite a passar orientações e invadiram o campo para comemorar cada gol do título.

 

O Peru usou estratégias outrora brasileiras para incomodar. Abusou de triangulações pelos lados e ousou ser muito forte na marcação. Faltou aos adversários a força mental que Tite tanto cobra de seus atletas. Em mais uma combinação pela direita, a Seleção teve o passe longo de Daniel Alves, o drible de Gabriel Jesus e a precisão de Everton para abrir o placar.

Numa dessas envolventes trocas de passes peruanas, a mão bateu no braço de Thiago Silva dentro da área. Guerrero bateu o pênalti e empatou. Mas a resposta foi rápida e puramente coletiva: o centroavante (Firmino) roubou a bola, o volante (Arthur) conduziu e deu a assistência para Gabriel Jesus marcar seu 18º gol pela Seleção.

Aliás, as entradas dele e de Cebolinha como titulares a partir da terceira rodada foram obviamente decisivas para o título. A materialização da lição que Tite diz ter aprendido da Copa do Mundo, de mudanças mais rápidas. Então, que o futebol brasileiro aprenda a lição de não rifar jogadores antes da hora. Aos 21 anos, Gabriel Jesus terminou a Copa do Mundo execrado pela falta de gols. Aos 22, conquistou a Copa América como destaque ofensivo, com gols e assistências. A tendência é que os 23 ofereçam mais, e assim por diante.

 

Fonte: Globo.com

 
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